24 xullo 2021

areia:sonora #039 (erros e tantos)


Os erros são de efeito retardado.

Talvez por ter a mesma origem que a palavra errante, os resultados duma ação não se sabe se são erros ou acertos até depois duma viagem ventureira no tempo. Mesmo pode mudar o resultado, que parecia definitivo, quando uma contrarreação altera o ecossitema no que a ação foi deitada.

"Somos errantes e erramos pelo mundo adiante."

escuitar

música:

candy says. lord's mistake | BY-SA.

23 abril 2021

areia:sonora #038 (memória de cor)

areia:sonora #038 (memória de cor)

Quando eu era moço cria que a memória era herdável. Que tudo o que aprendemos até o momento de passarmo-lo á nossa descendência se transmite nos genes.

A memória é, dalgum jeito, como um .jpg que cada vez que se abre e se volve guardar vai perdendo informação e gerando artefatos estranhos.

"A fraxilidade da memoria é unha casa que vai quedando sen mobles, ás veces como costume, un despiste constante; ás veces por forza, porque escolles enterrar algúns recordos ou un trauma xa o fai por ti; outras, só é o tempo e a perda de capacidades cognitivas."
verónica do rexo, ladaíña atlántica #14 | de cando as memorias se apagan.

escuitar

música:
fanny e alexander. cando eu era mozo | BY-NC-SA.

09 marzo 2021

areia:sonora #037 (fama e lenha verde)


"Êxito, sucesso, isso que coisa é? Quem é que põe a vara de medir?

Diziamos ontem: "A fama dura duas horas apenas..."

Quando era rapaz queria ser muitas cousas e não cheguei ser nada mas, dalgum jeito, fum todo.

escuitar

música:

las buenas noches. mañana | BY-NC-SA.

agradecimentos: castañas no verán + malvada profe.

12 febreiro 2021

areia:sonora #036 (asmr a peidos)

O ASMR relaxa; os peidos fazem rir, rir relaxa; asmr + peidos: win win.

"Rosalía de Castro e a súa obra literaria a peidos", "Unha cita co aire a peidos", "A Mennulara a peidos", "Hamlet a peidos", "Cadeas a peidos", "Fábrica Íntima a peidos"...

Inspirado numa fantasia do @bertez.

escuitar

música:

tracky birthday. cheeseburglar ©+.

19 xaneiro 2021

areia:sonora #035 (a morte é muda)

 

A morte é o não ser, nem estar. Nada, ninguém, nenhures. A morte é silêncio absoluto. [...] A morte é muda como o "h".

Uma procissão de prantos enjeridos, detem-se, fai-se um silêncio que escacha co rascar do fundo do caixão contra o chão do nicho e estouram os berros e laidos e saloucos todos; liberados.

escuitar

música:

erik satie. gymnopédie n.º 1 (fragmento) CC-BY
kine hjeldnes. let it die CC-BY-NC
robin mitchell. when I'm gone CC-BY-NC-ND