Amosando publicacións coa etiqueta falangulho. Amosar todas as publicacións
Amosando publicacións coa etiqueta falangulho. Amosar todas as publicacións

12 agosto 2006

areia sonora 0.1 (sonorizar pensamentos…)

olá, eis a areia sonora 0.1, e vão dez areias deitadas já. comecei a conta em 0.01 porque ainda não sabia o que ia fazer e quis dar-me um tempo de margem para ir conformando isto.
as últimas areias colheram um tom que Sak chama sonorizar pensamentos com músicas evocadoras. e acho que, pelo menos nas seguintes dez areias mais, levará esse mesmo caminho... aguardo que para quando chegue à areia sonora 1.0 esteja já mais definido.
tinha escritas umas palavras para falar de lumes, de gente má, de gente ruim, de gente mesquinha, avarenta, mas o certo é que já estou farto de tanta palavra, duma beira e mais doutra, cada quem tira para o seu, e um não sabe onde é que está a verdade. se as palavras fossem chuva igual vinham bem, mas não são, e como diz-que vem aí uma rega do céu para a quarta-feira pois abondam as ditas. ía falar também das árvores, das plantas, esse rei autêntico da criação; elas jamais morrem de todo, reagem sempre, topam sempre um caminho de regresso para gomar uma outra vez, por isso é que ver os montes queimados doe-me menos que pertencer à mesma espécie que os que os queimam; o ser humano é quem do melhor e do pior, e quando é tão cruel e feroz, melhor quisera ser árvore, uma árvore incombustível e ignífuga, e quando me fosses queimar dizer-te: não me sai dos colhões arder, não!; mas se logras não te me importa porque vou reagir, e anos depois quando tu estejas morto e já podre, eu ainda estarei vivo, vivo! porque as árvores não morremos nunca.

escuitar

música: dana hilliot. why did gods leave us? + to be a tree. (colhido de )

02 agosto 2006

areia sonora 0.09 (ilha vs península)

levo tanto tempo sendo uma ilha que quando as águas baixam e a areia fornece uma ponte com o continente, e mudo em península, não sei que fazer. como é que se comporta uma península? deveria, então, construir uma ponte articicial segura e permanente? mas, e se um dia quero ser ilha outra vez? poderia ceivar-me? e para fazer a ponte precisaria ajuda da outra beira, pois como disse Cortázar: uma ponte não sustem dum lado só.
há um passaro por trás da janela que canta que canta cada noite. há uma lua redonda no teito da terra fitando os meus sonhos. há um mistério calado rilhando-me os boches e cumpre que luite. há uma mulher deitada na cama sonhando com homens.
começar ou tentar a ponte desde a minha ilha se o continente não quer essa união é trabalho valeiro. se calhar, levo tempo de mais sendo ilha e não sei ser península.

escuitar

música: half asleep. microwave + morning dust soon.

28 xullo 2006

areia sonora 0.08

Havia uma vez... Mas o circo marchou... E quando o circo marchou, o lugar ficou em silêncio. Alguns não sabem que houve princípio, e eu não conheço o final. Não venhas atrás minha, não me sigas, deixa-me ir porque estou perdido.

escuitar

21 xullo 2006

areia sonora 0.07

há três anos... 

é por causa do movemento de sístole-diástole das ondas que escavichan por debaixo dos seus pes, afundíndoa, alí parada, que lembrou aquilo que el lle dixo tres anos atrás: “non é certo o que din, que deus fixo ao home de barro, non. deus usou area movediza, é por iso que temos a teima de afundirnos a nós mesmos, e se podemos e nos deixan, arrastar no afundimento aos que nos arrodean.” alí perto, dous cativos axudan no labor de lembrar; eles, coma deuses sarillos, fabrican un corpo de area mollada para a cabeza do seu pai, que ri abrindo fendas na codia do seu peito co ir e vir dos seus pulmóns. o día esmorece, o sol agocha o seu bandullo tralo morro de monte que coita a praia no seu lado occidental. as sombras dos corpos medran no chan e as cristas das ondas tínguense de ouro. a súa irmá e o seu cuñado sacoden a area das toallas, pregan o parasol e recollen os bolsos e a roupa.

- imos indo para o coche, que xa vai refrescando.
- eu fico un anaco máis- di.
- e logo, despois, como sobes?
- andando amodiño.
- como queiras; se non, chamas, e baixa Manuel co coche, vale?
- non, xa vou indo eu aos pouquiños.
mentres eles soben cara ao aparcadoiro, e baten nos pes para tira-la area, ela senta fóra da toalla, enterra as mans e os pes e fita a raia do horizonte, no punto onde os dous azuis se xuntan nun só. os cativos co pai de area fican agora á súa esquerda, e o sol, case durmido, á súa dereita. pensa que tres anos sen saber de alguén son moitos para non existir unha parede de odio. cando pasou todo aínda mantiveron contacto tres ou catro meses. el deixou de chamar e escribir, e ela non quería facelo por medo aos malos entendementos.

escuitar

soundtrack: 20 years of snow. regina spektor.

13 xuño 2006

areia sonora 0.06

jogando na casa com uma prática do curso que ando a fazer, tirando do fio de de fem benpaend, que tira de det perfekte menneske.

escuitar

  • há quem diz que o ser humano foi criado perfeito e de barro, mas isso é incerto; o ser humano está feito de areia, de areia movediça.
  • precisa um ser humano, para ser perfeito, ser alto? precisa um ser humano, para ser perfeito, ser baixo?
  • é mais perfeito quanto mais magro? ou é mais perfeito quanto mais grosso?
  • pode ser perfeito um ser humano sem a sua perna esquerda?
  • pode ser perfeito um ser humano sem a sua perna esquerda e sem o seu braço direito?
  • pode ser perfeito um ser humano sem a sua perna esquerda, sem o seu braço direito... e míope?
  • pode ser perfeito se ademais perde a cabeça?
  • pode haver um ser humano perfeito, ou é impossível... porque está feito de areia, de areia movediça... e por isso teima em se afundar e arrastar consigo aos que tem ao seu lado?

09 xuño 2006

areia sonora 0.05

henrique galvaoo galvão. numa outra areia sonora, na que recolhia uma conversa familiar na que se falava de baptizos, falou-se também dum cura da paróquia alcunhado o ghalvao. eu toda vida o conheci por esse nome, mas ignorava de onde era que vinha, e no laretear daquele dia soube que a alcunha vinha de Henrique Galvão, contemporâneo da chegada daquele cura a freguesia, e famoso pelo sequestro do transatlântico Santa Maria, rebaptizado nesse dia como Santa Liberdade. resolvi pois documentar-me um pouco e descobri que: há feito um filme documentário que conta a história (2004, Margarita Ledo Andión), que foi uma acção contra das ditaduras de Franco na Espanha e de Salazar em Portugal, que cesare falou no seu momento da estreia do documentário, e que Os Tres Trebóns e o Vendaval do Rosal fizeram uma canção homenagem.

escuitar

23 abril 2006

areia sonora 0.04

efectos bolboreta

O que traballa coa perforadora para facer unha autoestrada de peaxe, e morren centos de persoas por un terremoto.
A avioneta que orballa pesticida nunhas leiras, e morren ducias de persoas asolagadas polas chuvias.
O coche que perde aceite, e milleiros de peixes morren polo petróleo envorcado por un buraco nas adegas dun petroleiro enferruxado.
O partido político que fai unha churrascada popular, e arden ferrados de monte caducifolio.
O monte caducifolio que arde, e aumenta a producción de papel hixiénico.
O conselleiro que se mergulla na súa piscina do seu chalé, e morren moreas de persoas por un maremoto.

escuitar

18 abril 2006

areia sonora 0.03

quando um menino novo chega à família, trai lembranças e anedotas debaixo do braço...

escuitar

cuando un niño nuevo llega a la familia, trae recuerdos y anécdotas debajo del brazo...

05 abril 2006

areia sonora 0.01

as areias comuns metem-se nos olhos, as areias sonoras entram pelas orelhas.

escuitar

las arenas comunes se meten en los ojos, las arenas sonoras entran por las orejas.